Recentemente estive (de novo) no Restaurante Pobre Juan, em São Paulo. Esse é para mim um dos melhores de carne em São Paulo – eles têm 9 casas e em outras cidades, mas só conheço uma em Sampa. O dia era para apresentar os vinhos da Bodega Chacra e teve a ilustre presença de Piero Della Rochetta, o proprietário e criador do mítico Sassicaia.
E foi nesse dia que eu me peguei em contradição de novo, pois apesar de sempre dizer que a gente tem que quebrar regras no mundo do vinho, quando me convidaram para esse evento, a primeira coisa que eu pensei foi: Mas será que a comida vai combinar com o vinho?
Mas por que não? Qual é o problema? Pinot Noir tem que ser harmonizada sempre com aqueles pratos clássicos da cozinha francesa? Acho que não e fui de coração aberto.
Os vinhos são fantásticos (veja post aqui) e a carne nem preciso falar novamente. Depois do discurso do Piero, passamos à parte tão esperada por mim, que era a harmonização.
Eu escolhi um Bife Pobre Juan, que é um corte clássico da casa e tinha comigo todos os vinhos da Bodega Chacra. E para a minha alegria, a harmonização foi muito boa. Mesmo temperada (só com sal) a carne acompanhou bem os vinhos. O Barda me pareceu um pouco leve e o Treinta y Dos, que tinha toques oxidados, não harmonizou como eu esperava, mas o meu preferido , o Cinquenta y Cinco foi muito bem.
Aliás, fiquei realmente fã do Cinquenta y Cinco. Tem madeira, tem fruta e tem até um pouco de estilo borgonha que eu gosto.
É, mais uma para se pensar. Quem disse que Pinot Noir não combina com uma boa carne de churrasco, ou está enganado ou não provou os vinhos certos.
Um abraço
Daniel Perches
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