Esse post poderia chamar “O dia em que a comida salvou o vinho” e é mais uma daquelas histórias que devemos guardar para a posteridade, para lembrarmos que nem sempre vinho caro é vinho bom e nem todo vinho francês vai ser aquele vinho fantástico.
Estava com esse vinho na adega já há mais de ano e procurando uma boa oportunidade para degustá-lo. A oportunidade apareceu quando fiz reserva para comer no restaurante Tomates e Bananas, que eu já comentei aqui. O prato seria camarão, então resolvi levar esse vinho da Borgonha, feito 100% com Pinot Noir.
Vinho aberto no restaurante e pratos ordenados. Tudo pronto para a bela degustação. Provei então o vinho e confesso que me decepcionei um pouco com ele. É um vinho corretíssimo, mas eu esperava encontrar mais qualidade e harmonia nele.
Em taça possui uma coloração típica dos Pinot Noirs da Borgonha, com uma tonalidade de vermelho claro, bastante límpida. No nariz apresentou aromas tímidos de frutas vermelhas e um leve toque de evolução como couro e um pouquinho de defumado. Em boca, corpo leve, um pouco de álcool sobrando e final muito ligeiro.
Porém, como disse no começo, o vinho transformou-se com o prato pedido: camarão com risoto de morango, preparado divinamente pela chefe da casa. A combinação foi excelente, fazendo com que o vinho complementasse o final de boca da comida, trazendo sabores ainda mais intensos e delicados.
Esse vinho é (ou era) comercializado pela importadora Vinea e custa R$ 133,00. Na minha opinião, um valor muito alto para o que ele oferece. Já provei outros do mesmo produtor, o Philippe Bouchard e gostei. Esse me pareceu um pouco aquém da qualidade que ele tem para os outros vinhos.
Dessa vez tive sorte. E só posso agradecer ao Tomates e Bananas, por salvar meu vinho.
Abraços
Daniel Perches
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