Porto Croft faz 430 anos e lança edição comemorativa

As casas de vinho do Porto têm muita história para contar. E sem dúvida, a Croft é uma que se destaca, não só pela sua qualidade, mas pelos seus muitos anos de idas e vindas, que dariam um excelente filme. E para comemorar os 430 anos (Quando começaram a fazer vinho, aqui no Brasil a gente estava recém-colonizado), lançaram uma edição limitada, com uma garrafa bacana e embalagem muito bem produzida. Vale a leitura sobre os 430 anos da Croft e a sua história, mas principalmente vale a pena comprar o vinho. Um excelente Porto.

A longa e apaixonante história da casa de vinho do Porto Croft, não começa nem em Portugal nem com a família Croft. Começa na cidade Inglesa de York, pela mão de Henry Thompson, em 1588, o mesmo ano da frustrada tentativa de invasão de Inglaterra pela Armada Invencível do Rei Filipe II de Espanha.

 Segundo Adrian Bridge, Director-Geral da Croft, “A excelência da Croft, uma das mais ilustres e tradicionais casas de vinho do Porto, perdura no tempo graças ao espírito empreendedor das famílias proprietárias e à total dedicação à produção dos melhores vinhos do Porto.” E acrescenta: ”É com grande alegria que no mesmo ano que celebramos os 430 anos da Croft celebramos também os 10 anos do lançamento do Croft Pink, o primeiro vinho do Porto rosé e que deu continuidade ao espírito pioneiro que caracteriza a história da casa”.

 Para comemorar a efeméride, a empresa decidiu produzir uma edição limitada de um vinho do Porto, o Croft 430th Anniversary Celebration Edition. Os rótulos ostentam a recriação da obra “Naufrágio da Armada Espanhola em 1588” do artista plástico Holandês Jan Luyken, que faz parte do acervo do Rijksmuseum de Amesterdão.

 O vinho, um lote criado em exclusivo para esta edição de celebração, é explicado pelo Director de Enologia David Guimaraens: “A Croft é conhecida pelos seus vinhos do Porto Vintage com aromas de fruta pungente e taninos sedosos. Este é um Porto Reserva Ruby soberbo, exibindo todo o seu carácter frutado, característico do estilo distintivo da casa.”

 O Croft 430th Anniversary está pronto a ser consumido, recomendando-se a que a temperatura de serviço esteja entre os 12 e os 16ºC. Acompanha na perfeição um bom queijo, especialmente um bom queijo cheddar. É também delicioso com sobremesas à base de chocolate preto e frutos silvestres. Será comercializado em 35 países e, em Portugal, estará disponível em garrafeiras e lojas especializadas a partir de Julho, com o PVP recomendado de €17,90.

 Informação complementar:
Croft 430th Anniversary Celebration Edition
Porto Reserva Ruby

Notas de Prova:
Retinto com uma estreita auréola arroxeada. No nariz sobressai a fruta e os aromas pungentes das cerejas pretas, amoras e cássis e a frescura da ameixa. Delicadas notas florais a pétalas de rosa e violetas despontam acrescentando elegância e complexidade. À textura aveludada, característica da Croft, junta-se num equilíbrio perfeito a acidez viva e os taninos firmes mas bem integrados. O palato é inundado pelos sabores intensos dos frutos silvestres, num final exuberante com notas de morango e cereja. Um Porto Reserva soberbo, exibindo todo o seu carácter frutado, característico do estilo Croft.

 Breve história da Croft:
A história da casa Croft começa antes da própria história do vinho do Porto. Em 1588, ao tornar-se membro da ‘Merchants Company of York’, Henry Thompson pode usar os direitos atribuídos a esta companhia por Elizabeth I em 1581, para constituir um negócio de comércio de vinhos. Assim, no mesmo ano da tentativa de invasão de Inglaterra pela “Armada Invencível”, Thompson fundou a empresa de comércio que transaccionava vinhos com origem de Portugal e que hoje conhecemos como a casa de vinho do Porto Croft.

 Em 1739 John Croft torna-se o primeiro Croft sócio da empresa, o percussor de uma notável linhagem, que fez da empresa uma das mais ilustres casas produtoras de vinho do Porto Vintage.

 Um antigo livro de registos da firma mostra que, em 1788, foi expedido para Inglaterra o Vintage 1781, configurando-se como o primeiro Vintage de que há registo. Depois deste, seguem-se os Croft 1784, 1785 e 1786. No catálogo da Christie’s de 1810 é referido, pela primeira vez, um vinho do Porto associado ao nome de uma casa, o Croft 1790.

 Em 1962 a Croft é vendida à multinacional IDV, que anos mais tarde deu lugar à Diageo, onde permanece até 2001, ano que é adquirida pelo Grupo The Fladgate Partnership.

 Após a aquisição, são efectuados avultados investimentos nas vinhas da Quinta da Roêda com a implementação do Modelo de Viticultura Sustentável desenvolvido pelo Grupo. Este modelo de cultivo inovador, premiado em 2009 como exemplo de sustentabilidade, permite recuperar a paisagem e a biodiversidade. Em paralelo, foram também construídas novas adegas, recuperada a pisa-a-pé anteriormente abandonada e introduzidas modernas tecnologias de vinificação.

 O centro de visitas Croft na Quinta da Roêda foi totalmente remodelado em 2016 e recebeu 25 mil turistas em 2017, a que acrescem os 40 mil que passaram pelas Caves Croft em Vila Nova de Gaia, contribuindo para atrair e criar embaixadores para o Douro, para o Vinho do Porto e para a Croft.

 A Quinta da Roêda:
A essência da Croft reside na famosa Quinta da Roêda, propriedade com 130 hectares e com 330 mil pés de vinhas plantados uma das melhores localizações da região do Douro. Aqui subsistem alguns dos vinhedos mais antigos da Região Demarcada, alguns deles plantados em majestosos e bem preservados socalcos.

A Quinta da Roêda contribuiu decididamente para a reputação da casa como produtora de grandes vinhos do Porto Vintage e serviu de inspiração ao poeta Veiga Cabral, a quem é atribuída a frase: ‘Se o Douro fosse um anel de ouro, a Quinta da Roêda seria o seu diamante’.


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