Em minha viagem para o Chile, conversei com alguns produtores pequenos, que integram o MOVI (Movimento dos Vinhateiros Independentes), um projeto muito bacana que está ganhando cada dia mais força.
Dentre os muitos vinhos legais que eu provei por lá, o Pajarete da Viña Armidita foi um que me chamou a atenção, tanto pela sua qualidade quanto pela sua história, pois é feito por uma família apaixonada por vinhos e que tem à frente 3 irmãs que agora fazem até Pisco.
Esse é um vinho doce natural, não é colhido tardiamente e é feito com a uva Moscatel. Conta a história que ele chegou através de monges espanhóis, que faziam dessa forma para ser o vinho da missa. Depois de algumas mudanças e leis da Denominação de Origem, ele passou a ser feito como é hoje, com uma graduação alcóolica bem alta (tem que ter pelo menos 14 graus de álcool natural e não se pode adicionar aguardente).
O resultado é um Moscatel diferente de todos os que eu já provei até hoje. Eu estava acostumado com aqueles levinhos, com pouco álcool, muito aroma floral e às vezes até enjoativo. Esse é bem mais encorpado, menos floral, mais mineral e na boca, apesar de sentir o álcool presente, não é enjoativo.
Para minha surpresa, ele que foi servido durante o almoço (e não com sobremesas, como estamos acostumados) e foi muito bem. É um bom companheiro para comidas gordas como pato ou até mesmo um tartar de salmão, que foi o que eu provei e vi que deu certo mesmo.
Esse vinho está chegando no Brasil, então fique de olho e se puder, prove. Vai valer a pena conhecer esse Moscatel feito no meio do deserto.
Um abraço
Daniel Perches
Pajarete, o vinho doce feito no deserto do Atacama
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