O belo trabalho de colher uvas

Quando abrimos uma garrafa de vinho, por mais que pensemos em seus aromas, sabores e façamos uma análise criteriosa de todas as suas características, dificilmente pensamos nele quando ainda era uva. Falo por mim mas acho que a maioria deve concordar.

A colheita é uma parte importantíssima do processo, pois é nessa hora que se separam os cachos que estão bons dos ruins e um transporte adequado faz com que as uvas não se esmaguem no caminho, começando a fermentação antes do tempo, o que geraria alguns problemas e deixaria o vinho certamente fora do padrão de qualidade esperado pelo produtor.

Colher é uma arte e as pessoas que fazem isso, em geral, têm anos de experiência e muitos deles aprendem com os pais. Passam horas a fio debaixo de sol e num ritmo acelerado. No Douro, por exemplo, as plantações ficam em ladeiras bem íngremes e que oferecem um esforço (bem) extra.

Colher no momento certo e levar o mais rápido possível para a cantina para começar o trabalho de vinificação exige a maior atenção do enólogo, que tem que decidir o dia certo para conseguir a maturação que pretende. Uma decisão errada e certamente a qualidade vai cair.

Tudo isso é feito em aproximadamente 2 semanas, dependendo obviamente do tamanho do vinhedo e da capacidade de vinificação e durante todo esse tempo o ritmo nas vinícolas é frenético, mas sempre em perfeita harmonia.

Eu presenciei isso no Douro e pude inclusive colher um pouco. Uma experiência fantástica que certamente não esquecerei e quando abrir meus vinhos, provavelmente vou lembrar dos nossos amigos colhedores, especialmente os da safra de 2014.

Veja esse vídeo animado que fiz lá na Quinta do Crasto e me diga se não é um trabalho árduo, mas bem legal?


Um abraço

Daniel Perches


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