Entre os caras que se dizem entendidos de vinhos da Borgonha (e de entendido mesmo eu só conheço 2, mas nenhum deles diz que sabe tanto assim), há uma rejeição em relação à Gamay. Essa que pode ser considera da “segunda uva tinta” da Borgonha é a que se faz também o Beajoulais e se usar só ela para fazer o vinho, realmente ele ficará mais leve, menos complexo de aromas e sabores e também sem muito corpo.
Mas nem por isso ela deixa de ser uma uva importante e quando incorporada no corte com a Pinot Noir, que é o que acontece com o Le Libertin, da Mongeard-Mugneret, o resultado é muito bom. Dá para notar a complexidade de aromas da Pinot Noir, com toques de cereja, frutas vermelhas leves e frescas, um terroso ao fundo, mas ao mesmo tempo nota-se o vinho bem fresco e fácil de beber (que talvez tenha sido a contribuição da Gamay).
Se você não tem esses preconceitos, vai ganhar duas coisas: vai provar mais vinhos interessantes dessa região tão interessante da França e vai poder beber o Le Libertin sem frescura. Eu acho que vale a pena.
Esse é importado pela Ravin no Brasil.
Um abraço
Daniel Perches
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