Sim, você leu certo e esse vinho que eu provei é da safra 1927. Mas ele é feito não só com uma safra, mas com várias, pelo método “solera“, ou seja, eles começaram a fazer esse vinho em 1927 e depois foram tirando um pouco e adicionando mais, no ano seguinte. Isso significa que na garrafa que eu bebi tem pelo menos umas 40 safras diferentes (inclusive a de 1927) misturadas.
O método Solera não só é muito interessante, como quando bem feito – que é o caso desse vinho – produz coisas sensacionais. Esse foi feito com a uva Pedro Ximenez, uma uva branca, mas que com o passar de tantos anos, acabou ficando bem escura.
O resultado é fantástico. Um vinho que mais parece um xarope licoroso, denso e muito intenso. No nariz tem aromas de frutas secas e algumas toques tostados, mas a verdade é que você vai deixando ele na taça e ele vai mudando a cada vez que você sente os aromas ou que dá um gole. Um vinho realmente muito bacana, que merece ser provado com calma e tranquilidade. É daqueles vinhos de sobremesa de meditação, ou seja, para você beber devagarinho, sentindo os sabores e esperando ele ir embora lentamente (e demora, viu?).
Se você curte vinhos de sobremesa, vale muito comprar e provar esse, que é importado no Brasil pela Península Vinhos. A garrafa é de 375ml, mas certamente você vai conseguir dividir com bastante gente, porque de tão intenso, uma taça é o que basta para satisfazer uma pós-refeição tranquilamente.
Beba e seja feliz com o Solera 1927. E se quiser saber mais sobre a produção ou sobre a vinícola, veja o site da Alvear aqui.
Um abraço
Daniel Perches
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