A cada dia que passa e principalmente a cada garrafa aberta, tenho a certeza de que devemos sim ter bons vinhos na adega, mas termos muito controle e não ficarmos guardando demais os vinhos e esperando aquele “momento super espercial” chegar para abrir, porque isso pode fazer com que você tenha um monte de vinho estragado guardado daqui a alguns anos.
E esse pensamento me veio porque nesta semana eu me encontrei com o meu amigo Alexandre Frias (Diario de Baco / Enoblogs) e a ideia era comer um porco com riesling. Como eu não tinha nenhum branco para acompanhar, resolvi levar um tinto e por sugestão dele, seria um português. Lembrei então do meu Buçaco Tinto 2005, um vinho sem dúvida “diferenciado”, que eu comprei quando estive em Portugal e que como disse, estava na adega para uma ocasião especial.
Nada mais especial para um domingo com amigos. E o vinho correspondeu à altura. Aliás, pra falar a verdade, eu nem conhecia a fundo a história, que fui buscar e vi que por muitos anos ele só foi bebido no Palácio de Bussaco, por grandes personalidades. Isso fez com que o vinho tenha se tornado uma lenda. Hoje é possível comprá-lo (como eu fiz no El Corte Inglés, no Porto, ou na Mistral, no Brasil) e comprovar a qualidade.
Feito ao estilo antigo, é daqueles que tem aqueles aromas de madeira velha e as frutas vão aparecendo aos poucos. É um vinho que vale a pena ir bebendo devagar, curtindo o momento, sentindo o final dele que fica na boca por um longo tempo.
Eu até poderia recomendar algumas comidas, mas sinceramente acho que o que vale mesmo é beber um Buçaco. Faça a comida que quiser e se não harmonizar, coma e depois beba o vinho com calma. Vai valer a pena.
Um abraço
Daniel Perches
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