Em minha viagem à França em Outubro, eu fui em busca de vinhos mais “naturais”, aqueles que são orgânicos, biodinâmicos e com pouco ou (se possível), nenhum sulfito. São vinhos diferentes, que têm uma filosofia por trás e que em geral são feitos por produtores que realmente estão conectados à terra e querem extrair a essência dela em seus vinhos.
E um dos que eu trouxe foi o Nez de Muse 2011, produzido na Borgonha, com a uva Pinot Noir, pelo produtor Les Faverelles. O nome é por conta do nariz do seu cachorro chamado Muse, que segundo o produtor, tem um ótimo faro para uvas maduras. Quando Muse começa a comer as uvas do vinhedo, é porque estão prontas para serem colhidas.
Se é história ou verdade, eu não sei, mas o que me importa é que o vinho é bem interessante. Com aquele visual mais turvo (porque provavelmente não foi filtrado), ele traz aromas de frutas vermelhas frescas e um toque de “bosque”. Na boca ele tem uma excelente acidez e um final bem marcado.
É claro que ele é diferente dos “tradicionais” borgonhas, mas eu gosto. Acho legal sentir um vinho mais “natural”, sem muita maquiagem ou correções.
Foi bem com uma carne grelhada, principalmente pela sua acidez e força na boca. Independente de gostarem ou não dos vinhos naturais, recomendo que se prove alguns. Eles refletem muito bem o que os enólogos chamam de “verdadeiro terroir” e é no mínimo interessante provar, mesmo que ao lado de um outro vinho que não seja feito com esses conceitos, e analisar as diferenças.
Gostei bastante do Nez de Muse e achei até bem fácil de beber, considerando ser um vinho um pouco diferente. Não sei se está no Brasil, mas parece que não. Se vier, fique ligado.
Um abraço
Daniel Perches
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