Eu escolhi esse vinho para me representar na Confraria Brasileira de Enoblogs. Todo mês um dos blogueiros participantes sugere um tema e nós degustamos, cada um o seu vinho, em sua casa/restaurante/o que quer que seja, e postamos no dia 01.
Desta vez foi o meu amigo Cristiano Orlandi (Vivendo Vinhos) que escolheu e o pedido dele foi: “Qual vinho do Velho Mundo você abriria com um bom Churrasco???”
Não sei porque, mas me veio à cabeça a minha última visita à vinícola Familia Zuccardi, em Mendoza, Argentina. Lá eles têm a “Casa do Visitante”, um restaurante enorme, que serve parrilla da melhor qualidade e claro, os bons vinhos deles. Quem comanda tudo é a filha do Sr. Zuccardi, a Julia (qualquer semelhança com a linha Santa Julia não é mera coincidência).
O lugar é extremamente agradável e aconchegante. Você chega, senta e eles começam a trazer as carnes, que são muito bem feitas. Mas tem algo lá que me encantou e até hoje não comi nenhuma igual, que são as morcillas. Para quem não conhece, são linguiças feitas com sangue de boi ou porco, temperadas e em alguns casos, misturadas com um pouco de carne. Pode parecer ruim ou nojento, mas é uma iguaria fantástica. Bom, eu sei que sou suspeito para falar, pois eu adoro.
E nessa última visita, que eu estava inclusive junto com o Alexandre Frias (Diário de Baco/Enoblogs), nós propusemos um “Desafio à Morcilla”. A idéia era simplesmente provar a linguiça de sangue e testar com alguns vinhos. O Fred, Sommelier da casa e brasileiro, também acompanhou (veja o post aqui) e foi uma grande festa.
E para terminar, neste dia eu comprei uma garrafa de Emma Bonarda, esse vinho que eu estou provando agora. No dia nem bebemos ele com o churrasco, mas o dia estava tão bom que me marcou a combinação: “Emma Bonarda com churrasco”.
Associação explicada, vamos ao vinho, que é bem interessante, porque é muito intenso, com aromas de ameixas, tabaco e chocolate bem aparentes. Na boca tem um adocicado legal e aquele toque de tabaco continua. Ele não tem muita acidez, mas não é algo que me faz falta. Eu gosto de bonarda e já provei outros, da Argentina mesmo, que me agradaram muito. Esse é um dos meus preferidos dessa uva.
E para acompanhar, eu preparei alguns hamburgers de picanha em casa mesmo e ficaram muito bons com o vinho. Mesmo quando coloquei temperos, shitake e até molho inglês, o vinho aguentou numa boa.
Só fiquei devendo uma coisa para a CBE. O vinho deveria custar até 150 reais. Esse custa R$ 200 na Ravin. Mas como eu comprei na vinícola e paguei menos, acho que está valendo! 😉
Um abraço
Daniel Perches
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