Ouço bastante gente me falando que encontrou um vinho “diferente” e que é um grande achado. Na maioria das vezes, infelizmente, isso não procede. É só um vinho bom, mas que a pessoa que encontrou gostou, é do estilo que ela gosta, etc.
E tenho que admitir que quando o Marcelo Cristianini me falou do Invasor, eu pensei a mesma coisa. Achei que era mais um vinho comum, até que eu provei. E realmente o vinho é diferente!
Produzido com Malbec (70%) e Aspirant Bouchet (30%), tem nessa pequena parcela dessa uva muito pouco conhecida o seu diferencial. A Aspirant Bouschet é uma uva que está praticamente extinta e é de difícil plantio e cultivo. Provavelmente veio daí a idéia de “matar” a planta e colocar no lugar Malbec, Cabernet Sauvignon, etc.
Mas o Garavaglia, produtor argentino que fica em Mendoza, em conjunto com a La Cristiani (importadora) resolveu apostar no vinho. E como resultado apareceu um vinho muito legal. Como tem bastante malbec, a gente sente algumas características típicas como as frutas e o toque floral, mas talvez pela presença da Aspirant Bouschet, o vinho trouxe também toques mentolados e de algumas especiarias. Por passar 14 meses em carvalho, dá pra sentir forte a madeira, mas nada muito excessivo. Álcool na medida e boa acidez completaram o conjunto, fazendo um vinho muito equilibrado e daqueles que pede um próximo gole.
O nome “Invasor” vem de um cavalo argentino que por onde passava, roubava a atenção pela sua beleza, potência e elegância. Qualquer semelhança com o vinho, não é mera coincidência.
Um abraço
Daniel Perches
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