Tive a oportunidade de participar de um painel para a apresentação de alguns espumantes nacionais durante o Circuito Brasileiro de Degustação 2011, realizado pelo Ibravin. O evento, que estava inativo desde 2005, voltou com toda a força e visitou 3 capitais: Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro. Gostei muito do evento e do nível dos vinhos.
Esse painel tinha 5 degustadores e 5 vinhos. Cada um falava de um espumante e o meu foi o Valmarino&Churchill Extra Brut 2009. Fiquei muito contente com a escolha, pois gosto muito dele. Conversei com o Guilherme Salton, o proprietário da vinícola e perguntei pra ele como tinha surgido o espumante. Ele me respondeu: “Surgiu de uma brincadeira nossa com o Churchill, que deu certo!”.
Churchill é um toneleiro americano que está no Brasil e faz vinhos junto com a Valmarino. Dessa brincadeira já surgiram o Churchill Cabernet Franc e agora o espumante.
Feito com 90% de Chardonnay e 10% de Pinot Noir, o vinho base (antes de ser espumatizado) passa 4 meses em barricas novas americanas (do Churchill, claro) e depois o espumante fica 9 meses em autólise, ou seja, em contato com as leveduras, para ganhar a complexidade.
É daqueles espumantes amarelo ouro, com borbulhas finas e que já na primeira vez que você leva a taça ao nariz sente muitos aromas. Passa pelo mineral, vai para um abacaxi em calda, solta um toque de brioche e fermento, caramelo, e por aí vai.
Na boca é muito cremoso, lembrando realmente um champagne. Seu final é relativamente longo e a madeira aparece muito bem. Teve gente no dia da apresentação que falou que gostaria de um pouco menos de madeira, para o vinho ficar mais leve.
Muita ou pouca madeira é discussão longa (e talvez para os enólogos). O que eu sei é que o espumante é sem dúvida um dos meus preferidos, dos brasileiros.
Um abraço
Daniel Perches
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