O Château Pavie é o “queridinho” do Sr. Robert Parker. Eu provei o vinho da safra 2002, que nem foi tão bem avaliado por ele, ganhando “míseros” 94 pontos. Bem, pra quem não sabe, levar 94 pontos não é pra qualquer vinho.
Mas o Château Pavie merece. É um vinho pra se beber com calma, abrir muito antes para ele se abrir (senão você corre o risco de beber um vinho tão fechado que só sentirá o aroma da madeira) e claro, pelo menos para os pobres mortais, para um dia especial. Deixemos as brigas sobre a qualidade, o uso exagerado de madeira, a quantidade de álcool para os grandes como o Sr. Parker, Jancis Robinson e outros. Aqui vamos só avaliar o vinho como ele é e não vamos dar pitaco no que o enólogo poderia ou não fazer.
Feito com uma mescla de Merlot, Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon lá em Boerdeaux, mais exatamente em Saint-Emillion, o Château Pavie é um dos grandes vinhos que integra o time dos 1er Grand Cru Classé. Eu provei esse vinho lá na França e realmente fiquei encantado com o seu potencial. É sim um vinho corpulento, com muito caráter. Aromas de creme de cassis, frutos negros e claro, madeira, integraram o bouquet que insistia em se apresentar de forma muito forte e franca. O vinho ainda estava jovem e poderíamos deixar por mais algumas décadas envelhecendo, mas quem é que aguenta?
Em boca tem taninos muito redondos (mas de novo, ainda um pouco verdes, mas que com o tempo ficarão fantásticos), nenhum amargor e um final muito longo. Eu sinceramente não sei de onde o Sr. Parker tirou aqueles 6 pontos, dando “só” 94 para esse grande vinho.
Aqui no Brasil não é fácil de achar o vinho e tampouco é barato, mas é daqueles que nem precisamos falar muito. O vinho fala por si só. E fala alto!
Um abraço
Daniel Perches
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