Quem não conhece ou ouviu falar do mítico “Barca Velha”? É o vinho ícone de Portugal e habita a intenção de degustação de 10 entre 10 enófilos que conhecem a sua fama. Mas o Barca Velha só é engarrafado em anos excepcionais (ou quando seus enólogos decidem por assim fazer). Quando não é “tão bom”, pode chamar-se Reserva Especial Casa Ferreirinha.
Ah, então quer dizer que o Reserva Ferreirinha é um vinho inferior? De forma alguma! Há muitos que dizem que é exatamente igual ao Barca Velha. Talvez seja questão de capricho mesmo, pois o Reserva Ferreirinha também só é engarrafado em anos excepcionais, como foi 1990 para a região do Douro, em Portugal.
Bem, se é capricho ou não, deixo para os mais experientes. O fato é que provei esse Reserva Ferreirinha , que estava espetacular. Espetacular, é jovem! Isso mesmo, o vinho parecia que tinha uns 3 ou 4 anos de garrafa. E tinha 20!!!
Em taça tinha um rubi intenso, com um leve halo de evolução, mas nada de excepcional. Nada de acobreado, como se esperava de um vinho dessa idade. No nariz apresentou uma bela gama de frutas vermelhas maduras, toques de couro, café, tabaco, e um leve estábulo. Na boca mostrou taninos muito bons e ainda jovens (por incrível que pareça), boa acidez, equilíbrio e elegância no final, que por sinal, é bem longo.
Esse é um vinho que é preciso se apreciar com calma e paciência. É necessário decantar e aguardar talvez 1 ou 2 horas para se iniciar, para que se tire tudo dele. Ao longo do tempo que fomos bebendo, ele foi se abrindo. Realmente, um belíssimo vinho, que foi degustado na companhia de amigos em Ribeirão Preto, o que tornou o vinho ainda mais saboroso. E nessa noite “mágica” teve muito mais, mas eu conto depois.
Abraços
Daniel Perches
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