O nome já diz tudo: o corte do vinho é secreto. Alguns podem achar que é uma grande jogada de marketing, mas é claro que há também a “magia” do enólogo por trás disso. A idéia é interessante: revela-se que o varietal de maior quantidade, que nesse caso é a Carmenere, que é responsável por 85% do vinho. Os outros 15% são compostos por outras uvas de plantio da vinícola, mas que não são revelados.
Jogada de marketing ou não, vale a brincadeira. Eu gosto de beber os vinhos dessa linha e tentar adivinhar quais uvas estão na composição. Talvez eu nunca saiba, mas fico contente de poder brincar dessa forma.
Antes de falar do vinho, conto um pouco sobre a Viu Manent, que é a vinícola que o produz. Situada no vale do Colchagua, tem um espaço para receber os visitantes muito bonito e aconchegante. Já comentei aqui sobre o almoço que tive lá, que foi marcante pelo clima, pela comida e claro, pelos vinhos provados. O tour é feito (em parte) sobre uma charrete com belos cavalos, o que dá um charme especial e algo diferente para se ver e apreciar.
O vinho tem uma ótima qualidade e agradou muito. Com uma coloração rubi bem intensa, mostrou-se bem vivo e brilhante. Seus aromas me lembraram frutas vermelhas em geléia, com um toque de chocolate e fumo no final.
Em boca tem um bom corpo, bons taninos e boa acidez. Seu final (de média a longa intensidade) é marcado por um toque achocolatado também.
Acompanhou um prato feito com carne e risoto, mas passou um pouco por cima da carne, que tinha pouca gordura. Acho que esse vinho precisa de comidas com mais estrutura (e por conseqüência, mais gordura na carne, como uma maminha, fraldinha ou até picanha).
Apesar do corte ser secreto, eu vou chutar aqui o que eu acho que tem na composição dos 15% restantes (pois como falei, 85% é Carmenere): acho que tem bastante Cabernet Sauvignon e um pouco de Syrah.
Se alguém descobrir a composição algum dia, me conte!
Um abraço
Daniel Perches
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