Em tempos de sustentabilidade, sei que o que eu vou dizer agora pode ser considerado quase um crime, mas eu tenho que confessar que eu adoro os vinhos com aquelas garrafas imponentes, super pesadas e grossas. Me dão a impressão, já de cara, que o vinho tem uma força e estrutura enormes. O último que eu provei foi o Farnese Edizione No 8 Cinque Autoctone. A garrafa é do mesmo tipo e pesa quase dois quilos.
Mas com uma grande garrafa, vem uma grande expectativa. E foi assim que eu me preparei para beber esse vinho, que é um corte de 50% de Cabernet Sauvignon, 30% de Malbec e 20% de Syrah vindas de Tupungato e é um dos tops da Familia Rutini, que eu já comentei várias vezes aqui que é uma das minhas preferidas da Argentina.
Vinho aberto e lá fui eu para a prova. A coloração do vinho apresenta um rubi com toques alaranjados nas bordas, sugerindo que o vinho já atingiu o seu ápice (e afinal de contas, são 8 anos em garrafa. Pode ser muito para um vinho do novo mundo).
No nariz o vinho apresentou aromas de cereja e de ameixa bem maduras, mas o que sobressaiu foi o de madeira seca, que permaneceu por mais tempo inclusive.
Em boca eu esperava mais corpo. O vinho tem bastante adstringência, taninos muito presentes ainda e praticamente nenhum amargor, mas achei-o um pouco “magro”. Seu final também não foi dos mais longos que eu já provei.
Não sei se a minha expectativa estava muito alta ou o vinho realmente não é tudo o que falam.
Foi provado com uma polenta com ragú e a combinação foi muito boa e o vinho ficou muito melhor. Guardei um pouco para provar depois e bebi-o sem comida e a falta de corpo se comprovou. Uma pena.
É um excelente vinho, corretíssimo e que merece altas notas, mas pra mim, que esperava algo mais “potente”, ficou devendo alguma coisa.
O Rutini Apartado é encontrado na Zahil e custa em torno de 200 reais.
Um abraço
Daniel Perches
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