Em meus garimpos habituais, estive na Casa Flora, que fica próxima ao Mercado Municipal, em São Paulo. A busca era por vinhos portugueses bons e baratos. Encontrei e comprei vários, mas ao terminar minha busca, perguntei ao vendedor o que mais ele tinha de interessante, numa faixa de preço de até 50 reais.
Foi assim que eu conheci o I balzini, que é feito com as uvas Sangiovese e Mammolo. Bem, só por essa segunda uva, que é diferente das tradicionais, eu já me encantei. Quando ele me disse que a garrafa utiliza rolha de vidro, não tive dúvida. Era esse que eu levaria.
Como já comentei aqui, há uma corrente de pesquisadores (e palpiteiros) trabalhando com a idéia de se utilizar rolhas de vidro para os vinhos. A justificativa é que com essa tampa não há risco de contaminação por fungos (como acontece com a rolha de cortiça) e também não há distorção no sabor do vinho (como nas rolhas sintéticas), sem contar que as cascas das árvores que produzem a cortiça são preservadas. Discussões à parte, eu sou fã da rolha de vidro pelo seu visual, sua estética. Mas vamos ao vinho, que é o que importa de verdade nesse momento.
Produzido pela D ´Isanto& D ´Isanto na região da Toscana Central, é um vinho que mostrou uma evolução muito bacana de se acompanhar, desde a sua abertura até o final da garrafa. Quando abri, vieram aromas muito intensos de frutos vermelhos como cereja e framboesa. Após algum tempo, apareceu um aroma herbáceo, como grama molhada, acompanhado de um floral. Mais tarde foi possível identificar aromas de charuto, couro e um final de chocolate. Tudo isso em 1 hora e meia de vinho. Fantástico, não?
Em boca, boa acidez (como é de se esperar de um bom italiano), taninos macios e final relativamente longo. Só me incomodou um pouco o álcool sobrando na boca no começo e que me intrigou, pois o vinho tem só 12,5% de álcool, mas depois de algum tempo esse álcool foi embora também.
Resumindo, um ótimo vinho que merece destaque e atenção. E o melhor de tudo é que custa em torno de 46 reais. Uma ótima compra, sem dúvida.
Um abraço
Daniel Perches
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