Essa uva, a Teroldego, sempre me cativou. E quando vi que o Angheben estava produzindo vinhos com essa casta, fiquei entusiasmado.
Comprado em minha viagem ao sul do Brasil no começo do ano, guardei-o até o final de 2009, muito mais por falta de uma boa oportunidade do que por maturação do vinho. E a oportunidade apareceu, com uma boa picanha grelhada.
Não só o vinho estava excelente, como a combinação foi ótima. Mas antes de comentar sobre a harmonização, falemos um pouco sobre o vinho: em taça, um vermelho escuro com um bom halo de evolução.
No nariz, exalou inicialmente aromas de ameixa madura, madeira molhada, especiarias e um leve baunilha no final. Depois de certo tempo de aeração, mostrou-se muito mais interessante, com aromas de chocolate e de charuto sendo incluídos na lista.
Em boca, corpo médio, mas muito equilibrado. Final relativamente longo, mas sem nenhum amargor. Também depois de alguma decantadação, apresentou um final de boca com um sabor de chocolate e charuto muito interessante.
Fiquei muito contente com esse vinho. Posso dizer que é um dos melhores (senão o melhor) Teroldego nacional que já provei. E para os que pensarem que existem poucos produtores que fazem essa uva, estão enganados. Pode ser que esses exemplares não estejam à venda tão facilmente, mas posso garantir que provei outros e alguns deles não chegavam aos pés desse.
E sobre a harmonização, foi muito bem com a picanha grelhada, só com sal grosso. Seu sal foi bem incorporado pelo vinho, sem prejudicar nem a carne e nem o vinho. Acho que pode ser harmonizado com um strogonoff também, pelo seu peso e estrutura, mas precisa testar para ter certeza. Se alguém o fizer, por favor me conte.
Abraços
Daniel Perches
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