A Argentina faz vinhos fantásticos. Isso já sabemos, mas sempre que me deparo com um belíssimo exemplar como esse Reserva da Colomé, eu me encanto novamente.
O vinho foi degustado (novamente) no Tokay, em Campinas, no charmoso balcão da loja do Cambuí. É lá que eu consigo conversar com o Sommelier da casa, o Zé Hilton e aprender sempre um pouco mais sobre os vinhos.
Esse vinho é um corte de 80% Malbec e 20% Cabernet Sauvignon, com graduação alcoólica de 15,5% (isso mesmo, não estou enganado não), de vinhas muito antigas, algumas até pré-filoxirecas, plantadas em grande altitude (entre 2 e 3 mil metros de altura).
Tem uma coloração rubi intensa e bem fechada. Seu halo de evolução é pequeno ainda, mostrando o potencial de guarda, que segundo o fabricante e a importandora (Decanter), é de mais de 15 anos. Eu concordo com eles. Dá pra beber agora, mas pode guardar por um bom tempo ainda. Sugiro decantar por algum tempo (pelo menos 1 hora) pra melhor evolução.
No nariz, é uma explosão de aromas deliciosos e intensos. Frutas negras maduras, tabaco e algum aroma balsâmico fizeram a composição completamente harmônica. E acreditem, não estava sobrando nada de álcool.
Em boca, tem um ótimo corpo e uma força impressionante (aí sim a gente vê o álcool), mas não é nada que incomode e um final muito longo. Os taninos são muito redondos e suaves.
Não é fácil encontrar vinhos tão estruturados e equilibrados por aí… E quando encontramos um (como é o caso desse), a gente acaba se empolgando.
Enfim, é um excelente vinho. Eu daria mais de 90 pontos pra ele tranquilamente. Não consegui encontrar nenhuma premiação nem pontuação, mas tenho certeza que será muito bem avaliado.
É um vinho que pede comida, apesar de querermos ficar só degustando ele, sem nada pra interferir. A sugestão do sommelier é um Cote de bouef (R$ 48,80), que tem uma boa estrutura de gordura e sabor. Infelizmente eu não provei com o prato, mas confesso que me arrependi. Deveria ter aceitado a sugestão. Quem sabe não fica pra próxima vez?
O vinho custa R$ 205 aproximadamente. Vale o preço. Pra quem procura um vinho de qualidade, classe e estrutura, esse é um ótimo exemplar argentino. Eu recomendo fortemente.
E me aguardem, porque eu vou voltar lá pra prová-lo novamente com o prato.
Um abraço
Daniel Perches
FICHA TÉCNICA
TIPO: Tinto Seco
REGIÃO: Salta – Alto Valle Calchaquí – Vinhedos entre 2.200 e 3.002 metros de altitude, com videiras entre 60 e 153 anos de idade, de mudas pré-filoxéricas.
COMPOSIÇÃO DE CASTAS: 85% Malbec, 15% Cabernet Sauvignon.
GRADUAÇÃO ALCOÓLICA: 15,5° GL
PRODUÇÃO ANUAL: 3.600 garrafas.
ENVELHECIMENTO: 24 meses em barricas de carvalho francês novas.
ESTIMATIVA DE GUARDA: 15 anos +
VALOR: R$ 205,20
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