Caliterra Reserva Carmenere 2008

caliterra_carmenereQuando falamos na uva Carmenere, principalmente vinda do Chile, a gente já lembra logo daquele aroma adocicado de goiaba, que já virou característico. Não sei se é bom ou ruim, mas sempre que eu pego uma garrafa dessa uva e desse país, eu acho que já me preparo para sentir esse aroma. E aí começa a “briga” interna, pois eu quero procurar outros aromas, mas sempre me pego pensando na tal da goiaba…

E com o Caliterra não foi diferente. Esse tem 86% de Carmenere e 14% de Cabernet Sauvignon e 14% de álcool (forte, hein?).  A safra de 2008 foi marcante para a vinícola, que inaugurou a sua nova adega, muito mais moderna e tecnológica. Por conta disso, estão fazendo uma boa divulgação de seus vinhos e dessa safra em especial.

Bem, vamos às notas. Sua coloração é bem escura, quase vermelho sangue, praticamente sem halo de evolução. No nariz, a goiaba apareceu sim, mas junto com vários outros aromas, dentre eles frutas vermelhas silvestres já em geléia. Alguns poucos aromas terciários também apareceram, como madeira e chocolate/baunilha.

Na boca, mostrou-se potente. Um tanino macio e um retrogosto relativamente longo fecharam a avaliação com boas notas. No final, sobrou um gostinho um pouco doce, mas que eu já me preparo para reconhecer quando bebo um Carmenere. Esse final não é o meu preferido, mas entendo que essa uva (quase) sempre produz esse efeito. É que nem beber Merlot e não querer encontrar aromas e sabores adocicados. Não tem jeito.

Foi degustado num almoço que incluía carne de porco. Não se deu bem com a comida. Aliás, até se deu bem, mas não foi o casamento perfeito.  Acho que pra esse vinho, precisaríamos ter um prato com algo um pouco adocicado no molho.

Na tentativa de parear o vinho com o que tínhamos de comida, tentei com algumas sementes. Foi bem com avelã e amêndoa sem sal. Vale a pena testar de novo pra confirmar.

Mas em geral, trata-se de um bom Carmenere. Podem ir fundo! 🙂

Um abraço

Daniel Perches


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