Saiu o Guia Descorchados 2016 – e veio melhor ainda

Eu já comentei aqui que eu sou fã do Guia Descorchados. Feito pelo Patricio Tapia, ele reune a avaliação de vinhos do Chile, Argentina, Uruguai e Brasil. Gosto do jeito fácil que o guia apresenta os vinhos e como mostra tendências e vinhos realmente interessantes.

Estive recentemente no lançamento do Guia 2016 (que está ótimo por sinal) e provei alguns dos vinhos revelação deles. Gostei da grande maioria e acho que vale a pena ficar de olho neles para as próximas compras, caso você se interesse por novidades e queira sair um pouco do tradicional.

Veja abaixo a lista e uma breve descrição, mas o que vale mesmo é degustar e ler os comentários do Tapia no guia.

 

ESPUMANTES
1 – Hermann Lirica Crua
Feito pelo método ancestral e que não filtra o espumante. Aspecto turvo e nariz mais selvagem, lembrando aromas de mato. Muito interessante. Na boca é que fica bem diferente, com um final que marca muito.
2 – Vertigo Nature Pizzato
Vencedor do guia como melhor espumante. Chardonnay e Pinot Noir. Pouca produção (1350 garrafas). Toques de frutas tropicais, amarrando a boca e deixando o vinho diferente. também não é filtrado, então se comprar e estiver bem turvo, fique tranquilo que é assim mesmo.
BRANCOS
3 – Bouza Alvarinho 2015
Produzem Albariño por lá desde 2004. Tem um leve toque mais frutal com um pouco mineral. Acidez é bem presente é super equilibrada, que torna esse vinho super prazeroso sem enjoar.  Tem um excelente corpo que contrata bem com a acidez.
4 – Ji Ji Ji Chenin Blanc
Vinho não filtrado. Tentaram filtrar mas não deu certo. O vinho mudava o tempo todo. Na boca é encorpado, muita acidez e final muito marcado de frutas cítricas.
5 – Carmen Quijada Semillon Sauv Blanc 2015
Toques mais adocicados no nariz, na boca é mais seco e torna-se um vinho complexo, que pode ter uma comida mais untuosa junto.
6 – El Esteco Old Vines Torrontés
Torrontés muito floral no nariz mas na boca é menos intenso, o que deixa ele mais interessante. Plantas antigas e é vinificado em ovos de cimento.
7 – Errazruriz Las Pizzaras Chardonnay 2014
Aromático, elegante, bom frescor no nariz e na boca. Sem enjoar.
8 – Mosquita Muerta blend de Blancas *
Vinho moderno, que tem até um toque selvagem. Maioria é de Chardonnay, mas tem até um pouco de Moscatel é que não se percebe. Foi um dos que eu mais gostei justamente por ser bem diferente.
9 – Lapostolle Colleccion Moscatel 2014
Um moscatel doce no nariz mas bem seco na boca. para os apreciadores (que não é o meu caso).
10 – En Ré Do Gweurztramaniner Riesling 2015
Vinho ficou rosado por ser feito pelo método ancestral é que fica em contato com as peles por um bom tempo. É um vinho que não passa despercebido é que nos faz pensar. Diferente, complexo e que vai mudando muito na taça.
11 – Via Revolucionária Piel Sauvignon Blanc 2014
No nariz é uma coisa, mais selvagem. Na boca é diferente, já com um toque mais de frutas. Outro vinho que faz a gente parar para pensar e entender ele.
TINTOS
12 –  Plop
Cabernet Franc que desce muito leve é fácil, com uma acidez bem equilibrada. Vinho para as novas gerações. 1300 garrafas. Vinho que pode ser bebido com comida ou sozinho mesmo, só para aperitivo.
13 – Terroir Bogus Três Vacas País 2013
Faz a fermentação em couro de vaca. Tem um toque  mais de de curral. Não gostei, mas no mínimo é interessante a forma como foi feito.
14 – Bouchon Family Wines País Salvaje 2015
Vinho feito com maceração carbônica. Fica praticamente um suco (alcóolico, lembre-se), para ser bebido como entrada. Muita fruta vermelha no nariz trazendo a impressão de ser um vinho alegre, fácil, jovem e para um dia feliz.
15 -Villaseñor Pueblo Patagônia  Pinot Noir 2014
Vinho feito a mil km ao sul de Santiago, na Patagônia chilena. Vale pela localização inusitada.
16 – Huaso de Sauzal País 2014
Um vinho feito com a uva País que tem no nariz um pouco mais de complexidade do que esperava, mas na boca é super frutada. Uma nova forma de se ver a uva País, com mais complexidade.
17 – Finca Las Payas Exótico Nero d’Avola 2013
Talvez por te provado vinhos mais secos antes, percebi um toque mais adocicado tanto no nariz quanto na boca que não me agradou muito.
18 – Grus 2014
Projeto pessoal de Marcelo Retamal. Um blend com Syrah, Malbec, Grenache, Petit Syrah. Feito em lagares que são pisados (exceto a Grenache, que tem uma casca muito grossa).
Sem madeira. Fácil de beber. Persistente.
19 – Patritti primogênito Sangre Azul Merlot 2014 *
Redondo no nariz e na boca, boa acidez e corpo e estrutura para aguentar muito tempo ainda.
Feito em Neuquen, Patagônia.  Madeira ainda um pouco separada do vinho, mas parece que vai ser um bom vinho com o tempo.
20 – Santa Carolina Luís Pereira Cabernet Sauvignon
Leve toque vegetal, pouca acidez. Fácil de beber por não ter tanta extração.
21 – Jano Tannat (Estância Lá Cruz)
Aroma levemente mentolado, com um toque defumado mas que não passa por madeira.
22 – Finca Pedra Infinita Malbec 2013
É um vinho que tem grande personalidade. Potente no nariz e na boca. Um vinho que certamente demonstra o potencial do Malbec de forma mais pura.
23 – Silêncio Cabernet Sauvignon 2011 (Cono Sur)
Muito potente e encorpado. Apesar de todo esse “peso”, ele pede comida e pede mais um gole.
24 – Famiglia Necchini 2011
Vinho em homenagem à família dos compradores da vinícola. Complexo e bem intenso, mas eu esperava mais e que ele tivesse mais potencial de guarda.

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