Nicolas Joly é o mestre dos vinhos biodinâmicos. Na propriedade dele no Vale do Loire, na França, são feitos 3 vinhos brancos e o Les Vieux Clos é o mais “básico”. Produzido com Chenin Blanc, é um vinho que desperta a atenção de muitos enófilos em todo o mundo exatamente por ser “diferente”. Já no contra-rótulo o produtor informa que é um vinho que não foi filtrado e que deve inclusive ser decantado e servido a uma temperatura de 14 graus.
Quando é que você decantou um vinho branco e serviu ele nesta temperatura? Pois é, eu também não tinha feito isso antes, mas resolvi seguir as instruções do mestre, afinal de contas ele deve conhecer o que produz.
E só ao abrir a garrafa já percebi que era algo diferente de qualquer outro Chenin Blanc que eu já tinha provado. Esse tinha uma cor bem amarelada, parecendo um chardonnay antigo que passa por barrica. No nariz estava muito interessante, soltando aromas doces lembrando mel, mas também toques bem minerais. Meu amigo Alexandre falou algo que me pareceu muito certo: parecia, em alguns momentos, um Jerez.
Na boca não tinha toda aquela doçura do nariz, mas estava super equilibrado, com ótima acidez e pedindo mais um gole. Eu bebia e ao final já queria mais. Não harmonizamos com nada, porque queríamos mesmo era curtir o vinho e entender o que o Senhor Joly pensou ao fazer esse belo vinho branco que não se parece com nenhum outro vinho que eu já tenha provado.
Ao final (e o final chegou rápido), pensei como poderiam ser os outros vinhos, que provavelmente têm mais complexidade do que esse. Para quem curte vihos diferentes, esse é sem dúvida uma experiência muito interessante.
Os vinhos do Nicolas Joly são importados pela Casa do Porto no Brasil. Esse Les Vieux Clos custa em torno de 150 reais.
Um abraço
Daniel Perches
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