A Casa Lapostolle produz um vinho que foi considerado, em sua safra 2005, o melhor vinho do mundo.
Só com essa frase acima já dá pra imaginar o peso da responsabilidade que se tem nas costas (ou nas uvas, no caso). Fruto de uma idealização de uma família produtora de bebidas finas no Chile em conjunto com o onipresente enólogo Michel Rolland, a Casa Lapostolle é exemplo de uma vinícola baseada em qualidade, dedicação e muita tecnologia.
Localizada no Vale do Colchagua, mais precisamente em Apalta, região central do Chile, a Casa Lapostolle faz a vinificação de seus dois vinhos tops sem a utilização de prensas em momento algum da produção. A vinícola foi construída encrustada na pedra e toda a arquitetura foi desenhada para que o processo todo seja gravitacional, ou seja, usando só a força da gravidade, começando no topo do prédio e descendo sempre.
As uvas são levadas ao andar de cima para serem desegaçadas à mão. As maiores ficam por lá para esses dois vinhos. As menores são levadas para produzir os outros vinhos mais básicos da casa, em outra linha de produção. Depois de separadas, as uvas são colocadas em tanques de aço que ficam no andar de baixo. Após a primeira fermentação, o mosto desce para mais um nível abaixo, agora através de mangueiras, para barricas, onde permanecem por 1 ano. Depois disso, voltam aos tanques (esses estão acima, mas as barricas vão de elevador, para que o liquido seja despejado sem ter que se bombeado) e passam mais algum tempo lá. Depois de misturados para os cortes desejados, são dragados novamente para as barricas e permanecem por mais um ano.
Tudo isso feito em ambientes muito limpos, grandes, bonitos e como disse tecnológicos.
Os vinhos produzidos em Apalta são somente os dois tops da vinícola – Clos Apalta e Borobo. Os outros são feitos em outros vales onde a empresa tem também estrutura para a vinificação.
A visita à Casa Lapostolle é praticamente obrigatória a qualquer neófito que esteja no Chile. Ícone do país e conhecido no mundo todo, o Clos Apalta desperta paixões. Seu “companheiro”, o Borobo é também de excelente qualidade e seu nome vem das iniciais de grandes regiões da França, devido ao seu assemblage (corte) – Bordeaux, Rhone e Borgonha.
Para se visitar a vinícola é necessário agendar através do site e tem que pagar 20 mil pesos (algo em torno de 75 reais) por pessoa. Caro para os nossos padrões, mas no final você tem uma degustação de 3 vinhos da casa, incluindo um pouquinho do tão famoso Clos Apalta. Pra quem tem bolso pra isso, vale a pena se quiser conhecer as instalações. Se não tiver interesse nisso, melhor talvez seja juntar o valor da degustação de 4 pessoas e comprar uma garrafa do vinho, que lá na lojinha sai por 70 mil pesos (algo em torno de 270 reais) e ainda sobra dinheiro para comprar os acompanhamentos. Enfim, tem para todos os gostos.
Um abraço
Daniel Perches
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