Atenção: leia com cuidado esse post para não ter nenhum entendimento errado sobre o que vou falar agora, pois eu escrevi esse texto com muito cuidado e com muito carinho.
O Le Grand Cléré Sauvignon Blanc 2005 é sem dúvida um dos vinhos mais interessantes que eu já provei até hoje.
Eu encontrei esse na loja l’Etiquette, em Paris, em minha viagem em outubro/2013, quando fui para uma feira em Champagne e passei pela capital por alguns dias. Essa minha estadia em Paris tinha um propósito: encontrar vinhos naturais, aqueles que são feitos em agricultura biológica, orgânica e de preferência sem sulfitos (ou com uma adição muito pequena, de menos de 10% do usual). Visitei algumas lojas, conversei com várias pessoas que entendem do assunto e posso dizer que saí da cidade sabendo que sei muito menos do que eu imaginava. O conceito não é novo, mas é pouco explorado.
Na l’Etiquette, o proprietário, um cara maluco que agora só bebe vinho orgânico, me sugeriu vários, mas esse Sauvignon Blanc me chamou a atenção, por v;arios motivos: por ser uma das uvas que eu mais gosto, por ser 2005, por ser uma garrafa de 500ml com uma etiqueta bem simples e feia e por ter umas borras que pareciam que esqueceram de filtrar, ou que era para ser um champagne e não fizeram o tirage. Como pode ver, tudo conspira contra esse vinho, mas eu não ia me render fácil.
Aceitei o desafio, comprei e provei o vinho no mesmo dia, porque eu não aguentaria de curiosidade. E que surpresa fantástica. O vinho é demais e completamente diferente de todos os Sauvignon Blanc que eu já provei até hoje. Tem uns aromas de futas como pêssego e manga e na boca tem uma acidez absurda, parecendo que foi feito em 2013. Junto com isso vem aquele toque de “campo”, de mato, de coisa verde, mas muito bacana.
Nem sei falar sobre harmonização para esse vinho, porque eu fiquei tão encantado que eu acabei bebendo a garrafa sozinho. Era o mínimo que eu poderia (e deveria) fazer.
Me perguntaram sobre a graduação alcóolica do vinho. Esse tem 15%. Muito? Pouco? Não sei. Só sei que o vinho é muito bom. Se você está querendo conhecer vinhos naturais REALMENTE BONS, esse é um que precisa ser provado.
Obrigado l’Etiquette e Francois Blanchard.
Um abraço
Daniel Perches
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