Acredito que praticamente todas as regiões produtoras de vinhos têm vinícolas grandes, médias e aquelas bem pequenas, artesanais e que a gente se sente praticamente em casa quando visita. Se acontece isso em todos os lugares eu não sei, mas em Salento com certeza isso existe e uma delas é a Feudi di Gagnano . Estive lá e foi uma das experiências mais interessantes de toda a minha viagem pela região, pois ao chegar eles nos mostraram duas expressões típicas da cultura deles: um artesão, que estava fazendo um molde para a frente de uma casa, um trabalho árduo e que requer muita habilidade e cuidado e depois um espetáculo de Pizzica, uma dança típica do Sul da Itália e que é similar a Tarantella.
Depois do belíssimo show, pude conhecer um pouco mais sobre a Feudi di Gagnano, que começou as atividades em 2002 e foi fundada por 5 membros (agora são 4).
O lugar é praticamente uma garagem e por lá se produz basicamente o Primitivo, mas há outras uvas também. Tive o prazer de fazer uma prova de vertical de vinhos (diversas safras) como podem ver abaixo e vi que os vinhos são bem interessantes e aguentam o tempo. Não sei dizer ao certo quanto (nem o enólogo sabia dizer com precisão), mas são vinhos que podem ganhar um pouco de complexidade com o tempo.
Notas da Degustação Vertical do Le Camarde, que é feito prioritariamente com a uva Primitivo.
Le Camarde 2010
Vinho muito suave e com taninos bem leves e fáceis de beber. Eles contaram que uma boa harmonização é com enguia.
Le Camarde 2009
Fruta um pouco mais passada e na boca parece que esta com mais acidez que o 2010.
Le Camarde 2007
Já bem mais evoluído, mas ainda mantém taninos bem presentes, mas acho que não vai dar para evoluir muito mais.
Le Camarde 2006
Parece muito com o 2007, mas um pouco mais evoluído. Mas ainda assim foi o meu preferido por ter mais complexidade e elegância. Um vinho bem gastronômico.
Provei ainda um Primitivo que estava para ser engarrafado, que eu tentei trazer uma garrafa para mim mas não consegui. E se você quiser ir à Feudi di Gaugano, tem que chegar em Salento e procurar por eles. Não tem site e pelo jeito não tem importador no Brasil.
Será que alguém descobre esses caras e traz para o Brasil algum dia?
Um abraço
Daniel Perches
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