A Lidio Carraro escolheu bem o nome desse vinho, pois ele reflete exatamente o seu intuito. É uma coletânea de uvas: Merlot, Tempranillo, Teroldego, Cabernet Franc, Tannat e Nebbiolo. Seis uvas bastante distintas, combinadas em um corte que pelo menos pra mim, é inédito.
E como já comentei aqui, acho que eles fazem muito bem seus vinhos. Com uma filosofia de não utilizar madeira (barris de carvalho ou algo similar) para buscar a essência do vinho, o pessoal da Lidio Carraro vem conquistando fans no Brasil e no mundo. Frequentemente vejo notícias deles contando que estão em mais algum país com seus vinhos sendo exportados. Sinal de qualidade!
E o Coletânea reflete essa qualidade. É um vinho intenso, que me parece estar ainda um pouco jovem, mas talvez pela sua composição de várias uvas tenha adquirido algumas características que permitem que a gente beba agora, sem ter que esperar alguns anos para poder provar o vinho na sua “melhor forma”. Algo difícil de se conseguir e que eu já vi alguns produtores falando que os vinhos de corte (mais de uma uva) são bons por conta disso também, pois trazem o melhor de cada uma delas.
O vinho tem um bouquet interessante, que começa com frutas negras adocicadas, passa por um toque achocolatado, balsâmico e até medicinal. E depois de um tempo aberto ele vai mudando bastante. É realmente uma grande quantidade de aromas aparecendo. E o mais legal é que eles aparecem de forma bem clara, facilitando a identificação.
Na boca tem bastante tanino que me pareceu um pouco jovem, mas que eu acho que vai ficar bem interessante daqui algum tempo (talvez uns 2 anos).
Esse lançamento da Lidio Carraro chegou pra mim através da Sociedade da Mesa, o clube de vinhos que eu sou associado. Ao que me parece, ainda não está sendo comercializado, mas quando chegar ao mercado, vale a pena provar. Como eu tenho duas garrafas, vou guardar uma delas para o futuro, para ver como vai ficar.
Lidio Carraro, mais uma vez estão de parabéns.
Um abraço
Daniel Perches
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