O terceiro dia de nossa viagem por Mendoza foi cheia de aventuras novamente. Pra começar, pegamos (novamente) o piquete dos trabalhadores da YPF, que não recebem salários. Os caras fecharam a estrada por cima do Rio Mendoza. Na terça-feira a estrada estava totalmente fechada. Dessa vez, deixaram uma pista pra gente passar, mas é claro que isso nos fez atrasar de novo a viagem. Mas como as vinícolas eram perto de Mendoza, não tivemos grandes problemas, mas aprendemos que com argentino não se brinca. Sugiro ninguém ficar devendo pra nenhum deles.
Chegamos logo cedo na bodega Catena Zapata. Em formato de pirâmide, é um show de vinícola, que recebe muito bem os turistas. Depois de conhecer as instalações, fomos para uma degustação. Interessante saber que eles fazem pequenas colheitas do mesmo vinhedo, para que possam utilizar o melhor de todas as uvas.
Depois partimos para a bodega Alta Vista, onde fomos recebidos pelo enólogo Mattieu Gracin. Mais uma vinícola de donos franceses. Essa até o enólogo é francês e é um cara que gosta de fazer os seus vinhos com colheita mais tardia no caso dos tintos. O resultado é um vinho com uma ótima estrutura, taninos muito macios e um toque adocicado. Os tintos são excelentes, mas o que eu mais gostei foi o Premium Chardonnay, um vinho que no Brasil custa aproximadamente 35 reais e que tem uma acidez muito boa, integrada com os aromas e sabores que vêm da barrica.
Partimos para a vinícola Ruca Malén, muito famosa e requisitada pelos brasileiros. O ponto alto é o seu almoço harmonizado. São 5 pratos servidos com 6 vinhos (o último prato vem com dois vinhos, pra fazer a prova e escolher o melhor). Uma vista maravilhosa para os vinhedos e uma comida de excelente qualidade foram muito bem harmonizados e nos deram energia para partir para a última visita do dia.
Chegamos então na famosa Terrazas de los Andes, que produz o mais famoso ainda Cheval de los Andes. O vinho é uma parceria com a vinícola francesa Cheval Blanc. Provamos o Torrontés, feito em Salta, o Afincado, que é um Malbec 100% e o Cheval de los Andes 2006. É um vinho espetacular! Sem dúvida, está à altura dos grandes vinhos de Bordeaux, e inclusive saímos de lá comentando exatamente isso: seria interessante fazer uma degustação às cegas com grandes vinhos franceses e esse argentino. Foi sem dúvida um dos melhores vinhos que já provei.
Fechamos então o dia com essa chave de ouro. Depois disso tudo, o negócio é descansar um pouco para o próximo dia. Vem por aí Pulenta Estate, Andeluna e Altus. E à noite tem a nossa degustação via Twitter lá no www.winebar.com.br.
Um abraço e até mais tarde.
Daniel Perches
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