Valmarino Reserva de Familia 2005 – direto da barrica para a minha adega


Há alguns anos eu recebi da Valmarino esse Reserva da Família 2005. Conheço a vinícola, que fica em Pinto Bandeira e faz um bom Cabernet Franc, além de um espumante interessante, chamado Valmarino&Churchill .

Na época que esse vinho chegou para mim ele ainda não tinha nem sido rotulado, por isso você pode ver que a garrafa está com uma etiqueta digamos, simples. Os caras pegaram uma garrafa da adega e me mandaram, mas me avisaram que esse vinho ainda poderia estar novo e seria legal se eu esperasse um pouco para abrir. Foi praticamente “da barrica para a minha adega”.

Acabei deixando ele guardando por alguns anos, como tinham me recomendado. Agora, com a Copa do Mundo, eu resolvi abrir um vinho brasileiro a cada jogo e ao fazer a contagem de meus vinhos nacionais, encontrei esse. Não tive dúvidas e deixei preparado para o dia do jogo.

Foi só a bola rolar para eu abrir o vinho e com o apito inicial veio também uma grande dúvida. Ao servir, logo depois de aberto, o vinho me pareceu bem estranho, com aromas bem balsâmicos, daqueles tipo “biotônico”. Fiquei até na dúvida se o vinho estava bom.

valmarino_RF_2005Mas eu tenho uma regra que é nunca descartar o vinho de cara, então eu deixei a garrafa respirar um pouco (enquanto eu não respirava durante o jogo) e foi a minha sorte. O vinho melhorou muito, evoluindo daqueles aromas “estranhos” para outros bem legais, como chocolate, tabaco, um pouco de especiarias e frutas vermelhas doces.

É um vinho encorpado, que passa um bom tempo por madeira, então se você quiser ter uma boa comida por perto, não vai ser má ideia. Alias, acho que esse é uma das características da Valmarino, que faz bons vinhos e gosta de usar boas barricas. Se você for ao Sul, vale a pena passar por lá, provar os vinhos e bater um papo com os proprietários. Pessoas simples e que refletem bem o terroir de Pinto Bandeira.

O vinho estava legal, mas o jogo não. O Brasil empatou com o México e por mais que eu não entenda nada de futebol, achei que os melhores momentos foram os que eu bebi o vinho, porque futebol mesmo, não teve muita coisa.

Um abraço

Daniel Perches


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