Fique atento aos Pinot Noirs da Viña Ventisquero


Eu acho que se eu fosse produtor de vinho, pensaria várias vezes antes de plantar Pinot Noir. Essa uva é fantástica e dá vinhos fenomenais, mas é só abrir um Pinot Noir de qualquer outro lugar que não seja a Borgonha, que já vem alguém falando algo como “mas não parece um borgonha” ou “muito concentrado”, ou algo do gênero, sempre comparando com a Borgonha, a região mais famosa na produção dessa uva.

Sim, é verdade que lá tem vinhos fantásticos, mas temos que sair um pouco dessa idéia de que aquele é o ideal e o resto é “cópia”. Há Pinot Noirs muito bons em diversas regiões do mundo, como a Nova Zelândia, a Argentina e sim, o Chile.

Provei alguns experimentos com Pinot Noir que o enólogo chefe da Viña Ventisquero, o Felipe Tosso, está fazendo em diversos vales do país e fiquei espantado com a qualidade. Ele nos trouxe amostras de Lolol, Leyda, Huasco (que é relativamente novo mas vem chamando a atenção) e de Casablanca.

Todos muito elegantes, com aromas complexos, ótimos na boca. O que mais me chamou a atenção foi o de Leyda, feito no Vinhedo Las Terrazas, que fica a 15km da costa, sofrendo boa influência do mar. Segundo Tosso, a região tem uma característica muito interessante que é de haver uma névoa constante, praticamente durante todo o ano, como pode ser visto na foto.

Além dos aromas de frutas vermelhas delicados, o que me chamou a atenção nele foi o toque cítrico. Acho que nunca tinha sentido esses aromas de laranja e casca de limão num Pinot Noir. Na boca também dava pra sentir algo cítrico, que me encantou. Diferente, mas muito bem feito.

Essas amostras ainda não estão sendo comercializadas e nem sei como vão se chamar, mas sei que ficarei de olho nos Pinot Noirs da Ventisquero, principalmente se forem peoduzidos em Leyda. Fica a dica!

Os vinhos da Viña Ventisquero são importados pela Cantu no Brasil

Um abraço

Daniel Perches


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