Como guardar seus espumantes: em pé ou deitados?


Gosto muito do Carlos Cabral. Já conversei com ele algumas vezes em meu programa Desafio ao Vinho e ele é sempre um bom papo, um cara que conhece muito e além de tudo, muito divertido.

E agora ele está se aprofundando no assunto rolha e parece que a opinião dele sobre como armazenar espumantes é um pouco diferente das que temos ouvido por aí. Eu continuo com as minhas garrafas deitadas, mas vou fazer alguns testes para ver se o grande professor Cabral está certo.

cabralCabral dos Vinhos, como é conhecido, explica: “para a guarda de um vinho é melhor que a garrafa fique deitada, já que as rolhas são maciças. Mas para a guarda de champagne, ou espumante, a melhor posição é em pé!” E por que isto? “Porque as rolhas de cortiça especialmente feitas para espumantes são compostas. Ou seja: a rolha, que após a extração da garrafa tem um formato de cogumelo, é composta por um corpo granulado de cortiça e por dois discos de cortiça natural na extremidade que entra em contacto com o champagne ou outro tipo de espumante. Desta forma, assegura-se um comportamento mecânico de excelência, assim como facilidade no engarrafamento”.

Cabral ressalta que, para que a rolha de champanhe se mantenha elástica, não pode ficar sob o contato com o líquido por muito tempo. “Se comprar um champagne novo hoje e for tomar em até um ano, não há problema em deixar a garrafa deitada. A rolha, mesmo molhada, conseguirá se manter incólume.” O professor diz que, em caso de espumantes safrados, que muitas vezes são comprados para serem guardados e bebidos no decorrer dos anos, assim como os espumantes de safras mais antigas, o ideal é guarda-los em pé.

“O contato excessivo da rolha com o espumante faz com que ela perca, com o decorrer do tempo, alguma capacidade de recuperar sua forma após extração. Contudo, isso não compromete a capacidade de vedação ou de conservação do espumante. Ou seja, digamos que, esteticamente, a rolha fica mais castigada quando a garrafa permanece na posição horizontal por longos meses”. Esta informação quebrou paradigmas entre muitos experts em vinhos, que imediatamente começaram a reposicionar suas garrafas mais preciosas.


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