Bacalhoa Moscatel Roxo 2000


Confesso que tenho um pouco de “preguiça” de freeshop. E sei que com isso eu perco algumas boas barganhas, mas principalmente quando chego de viagem, que estou cansado, não tenho disposição de ficar passeando pelas gôndolas de perfumes, bebidas, roupas e chocolates. Só penso em ir pra casa.

Mas quando consigo reunir forças para isso, acabo me dando bem e encontrando algo que me interessa. E na minha última viagem eu tive essa disposição e passei com um pouco de calma na seção de bebidas do Freeshop do aeroporto de Guarulhos. Acho que foi uma inspiração divina, porque encontrei boas barganhas por lá, como esse Moscatel Roxo 2000, da Bacalhoa.

Não que seja um vinho difícil de encontrar. Só é caro! E no freeshop eu paguei 40 dólares. Um ótimo preço para um vinho dessa qualidade e é sempre bom esclarecer que esse é um vinho de sobremesa, ou seja, um vinho doce.

Também precisamos lembrar que a uva Moscatel Roxo, por si só, já é difícil de encontrar. Cada vez mais ela torna-se rara, porque os produtores estão trocando ela por outras uvas (como a Moscatel branca, por exemplo). É uma questão econômica.

E o Bacalhoa Moscatel Roxo mostrou a que veio: é daqueles que a gente já se encanta logo quando serve, pois tem uma coloração acobreada e brilhante, parecendo um brandy. E não é à toa, afinal de contas esse vinho descansa em barricas que foram usadas para fazer Whisky anteriormente. Legal, não?

Não sei se fui influenciado por essa informação, mas encontrei notas de malte no vinho. Além dessas notas, ele mostrou um toque forte de frutas secas, tâmara, amêndoa, carvalho, enfim, uma grande gama de aromas que deixa qualquer um no mínimo intrigado.

Na boca é um vinho potente (vale lembrar que é um vinho fortificado, ou seja, ele tem adição de aguardente vínica, como os vinhos do Porto). Seu sabor doce não é nem de longe enjoativo. Pelo contrário, convida para o próximo gole.

Eu beberia esse vinho sem nada para acompanhar tranquilamente, mas provei com panetone e também com tâmara seca. Ficou perfeito com os dois.

É daqueles vinhos pra se beber calmamente, pensando na vida, se possível de frente para um belo pôr do sol… Faça a experiência e me conte se valeu a pena.

Um abraço

Daniel Perches


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *