A uva Primitivo, originária da Itália, tem uma ótima expressão também nos Estados Unidos, onde é chamada de Zinfandel. Conheço até algumas pessoas que são “viciadas em Zinfandel”.
Acho isso interessante, pois não é uma uva muito difundida, como a Pinot Noir, por exemplo. Conhecer pessoas que tem como uva preferida a Pinot Noir é fácil, mas alguém que só bebe Primitivo (ou Zinfandel) é no mínimo pitoresco.
Enfim, comprei esse vinho porque minha esposa gosta dessa uva. Ela bebeu um dia, gostou e ficou fã. Interessante, não é?
Vinho degustado, então vamos às impressões: sua coloração não tem muita vivacidade, comparando-se até a alguns mais “idosos” que eu já conheci. Suas lágrimas estavam lentas e com alguma cor. No nariz, surgiram inicialmente aromas de cerejas frescas e algum doce, como já era de se esperar, como côco. É muito legal ver como os Primitivos, em geral, tem esse aroma bem forte e característico.
Fomos para o teste do paladar e na boca os aromas de côco tornaram-se muito mais fortes e pronunciados. Seus 13% de álcool não foram nem um pouco percebidos, sendo que na boca teve um corpo leve e macio.
Depois de algum tempo de descanso, o vinho evoluiu bastante, trazendo aromas de frutas mais maduras e até algum aroma de terra molhada. Mas o côco permaneceu lá, firme e forte.
Eu não conheço muitos rótulos dessa casta, mas esse me pareceu um bom vinho, com uma boa estrutura e bem feito. Pelo preço que pagamos (R$ 25), valeu muito a pena.
Acho que seria interessante fazer uma “disputa” entre um Primitivo da Itália e um Zinfandel dos Estados Unidos. Os mais puristas diriam que não seria possível comparar, devido ao clima, região, solo, etc, etc, mas acho que seria uma prova legal para uma degustação informal com amigos.
É isso. Fica então a dica pra quem gosta de Primitivo (ou Zinfandel). Um bom vinho com um ótimo custo.
Abraços
Daniel Perches
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