11 vinhos ícones chilenos

O Chile é o país que mais manda vinhos para o Brasil. 40% de todos os vinhos importados por aqui são chilenos. Temos de tudo, desde os basicões, como os “Reservados” até grandes vinhos, chamados vinhos “ícones”. Esses, é claro, custam mais caro, mas são verdadeiras jóias.

Provei 11 deles (há muitos outros ícones) no evento da Wines of Chile, que por sinal foi muito bem organizado. Gostei muito de ver novamente o Pedro Parra, que é PhD em terroir, mas gostei muito mais de ver o Peter Richards, que é Master of Wine e apresentador da rede BBC, em Londres. O cara é uma figura e tem sempre uma história bacana para contar sobre os vinhos.

Então se você estiver em busca de vinhos ícones chilenos, abaixo você tem um mini-guia que pode ajudar.

1 – Cipreses Vineyard 2011
Feito com Sauvignon Blanc no Vale de San Antonio pela Casa Marin, é uma explosão de aromas. Frutas, toques minerais e florais enchem a taça. Para quem gosta de aroma forte, é um prato cheio.

2- Casa Real Cabernet Sauvignon 2007
Produzido pela Santa Rita, da famosa enóloga Cecília Torres. Um vinho elegante e relativamente leve, com aromas de frutas e leve tostado ao fundo. Passa 15 meses por barrica, mas não tem aqueles toques fortes e enjoativos. Ainda está jovem e pode ser guardado tranquilamente por mais alguns anos.

 3 – Don Melchor 2008
Um dos mais conhecidos. Produzido pela Concha Y Toro, nesse ano foi feito com 95% de Cabernet Sauvignon e 5% de Cabernet Franc. Achei que ele ainda estava com aromas fechados quando foi servido e deixei na taça. Depois de umas 2 horas ele começou a abrir e trazer aromas bem agradáveis e suaves. Vale conhecer pela sua tradição.

4 – Carmín de Peumo 2007
Impressionante! Esse vinho é feito com 90% de Carmenere, 6,5% de Cabernet Sauvignon e 3,5% de Cabernet Franc, e é uma porrada! O vinho é super potente, com aromas densos de frutas negras, pimentas e até toques minerais. Para beber com calma e com uma boa comida, porque ele é pesadão, mas ao mesmo tempo sua boa acidez não o deixa chato.

5 – Duque D’A 2008
Esse eu nunca tinha nem ouvido falar. É produzido pela Aristos, com Cabernet Sauvignon do Vale do Rapel. Gostei do vinho, mas nesse painel não ficou nem perto dos meus preferidos. Achei que tinha um pouco de adocicado demais e também um toque verde.

6 – Altaïr 2006
Cabernet Sauvignon, Syrah e Cabernet Franc do Vale Cachapoal fazem com que o vinho seja muito potente, com bastante acidez e excelentes taninos. É complexo e é outro que eu deixaria na taça ou no decanter por umas boas horas antes de beber. Depois disso você terá uma grata surpresa.

7 – Don Maximiano Founders Reserve 2007
Eu já tinha provado uma safra desse vinho e não tinha achado nada de especial. Foi o dia de provar novamente e ver se ele é tudo isso mesmo que falam. Realmente o vinho é bom (acho que o outro que eu provei estava num dia ruim). Toques balsâmicos, frutas leves e frescas e um final muito saboroso e correto, sem amargor. Tirei a má impressão que eu tinha sobre ele.

8 – Seña 2007
Para mim é um dos maiores ícones do Chile. Produzido no Vale Central, leva Cabernet Sauvignon, Carmenere, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot. Achei esse bem austero, tranquilo, sem grandes porradas de aromas, mas muito elegante. Me pareceu melhor na boca do que no nariz.

9 – Montes Alpha “M” 2009
Eu confesso que sou fã da região de Apalta, que é de onde esse vinho vem. Para mim foi um dos melhores de todo o painel, se não foi o melhor. É um vinho muito potente de aromas e daqueles que pintam os dentes, mas ao mesmo tempo é fácil de beber. Lembra um Bordeaux intenso.

10 – Clos Apalta 2009
Desde sua safra premiada de 2005 que eu venho acompanhando esse vinho, que é realmente um sucesso. O impressionante é que ele é feito em sua maioria (76%) de Carmenere, mas parece mais um grande vinho de Bordeaux. Para beber devagar, apreciando o vinho, até porque pela sua potência, se você beber muito rápido, vai enjoar.

11 – Montes Folly Syrah 2007
Painel fechado com chave de ouro, com esse belíssimo Syrah vindo de Apalta. Aromas doces, mas na medida. Chocolate, tabaco e toques de menta passam pela taça de forma harmônica e saborosa. Fiquei chateado de deixar o vinho na taça ao sair da degustação. Queria ter bebido tudo!

 

Dá pra montar uma boa degustação com esses aí, viu?

Um abraço

Daniel Perches

* Foto de capa: Wines of Chile – www.winesofchile.org


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